Sunday, May 15, 2011

"Amanhã será um lindo dia"

Desde que acordei tenho essa música de Guilherme Arantes em meu pensamento e espero que eu esteja certa.
A consulta com o cirurgião foi para tirar novos moldes e me explicar como será a cirurgia. Ele irá cortar parte do osso, puxar a mandíbula inferior para frente e colocar os pinos de fixação. Colocará também elásticos para me ajudar a manter a boca fechada. Poderei me alimentar através de uma seringa com líquidos.
Está quase tudo pronto para a cirurgia. Só falta eu colocar roupas e objetos pessoais em uma malinha e ir.
Entro no hospital amanhã ao meio-dia. Mas a partir de hoje, a meia-noite, não posso mais comer nem beber nada. Isso para evitar que eu tenha enjôo durante e depois da cirurgia.
Bom, gente, é isso aí. Orem por mim.
Até depois! De rosto novo...

Ps.: Ainda não tirei foto para colocar aqui, mas faço isso até amanhã.

Tuesday, May 10, 2011

Mais uma etapa cumprida

Hoje fui ao ortodontista para fazer os moldes para a cirurgia. Tiraram também radios-x, fizeram os últimos ajustes no aparelho, tiraram os elásticos e colocaram arames (para evitar a proliferação de bactérias e, consequentemente, infecção).
O Dr. Jensen e sua equipe são ótimos. Ele me disse para só tomar mesmo os remédios para dor se eu necessitar, porque eles dão dor no estômago e disse para manter a calma pois eu estava em excelentes mãos (referindo-se ao Dr. Egbert). A Barbara, da contabilidade, disse que fez a mesma cirurgia quando estava com seus 40 anos e que foi tudo tranquilo. Ela disse que o que realmente a incomodou foram os elásticos pós cirúrgicos porque ela é claustrofóbica, mas não teve muito inchaço e quase não ficou roxo na região.
Saí de lá confiante, mas ainda ansiosa. Acho que o que mais me deixa assim é não saber como vai ser comigo. Cada um tem uma reação diferente. Mas confio nos médicos que estão cuidando de mim.
Menos uma coisa na lista. Amanhã tenho consulta com o cirurgião e digo como foi.

Thursday, May 5, 2011

E por onde começo?

A primeira vez que ouvi falar em cirurgia ortognática foi aos meus 12 anos. Meu dentista recomendou que fossemos ver um ortodontista porque ele achava que eu precisaria usar aparelho. Eu tinha dois dentes inferiores que estavam mudando de lugar e por isso ele achou necessária visita ao médico.
Foi então pedida toda documentação inicial, com fotografias, raios-x, moldes e parafernálias que nem lembro mais. Voltamos quando tudo estava pronto para iniciarmos o tratamento e o ortodontista informou à minha mãe a possibilidade de cirurgia ortognática no futuro. No plano dele, faria o possível para evitar tal procedimento e informou-nos que só poderíamos mesmo pensar nesse caso depois que eu completasse 16 anos, pois era quando minha arcada dentária e ossos estariam em seus lugares definitivos.
Por três longos e doloridos anos, com aparelho quebrado inúmeras vezes e o famoso extra-bucal (mais conhecido como freio de burro - que doía tanto que nunca usei direito, devo confessar), o médico então informou que o caso era cirúrgico mesmo e pediu-me para procurar um cirurgião. Conversei com minha mãe e decidimos não procurar o cirurgião, afinal não havia nada assim tão errado com meu rosto. Na visita seguinte, pedi-lhe para retirar o aparelho.
Anos mais tarde, já com 23 anos, procurei um ortodontista novamente. A aparência facial havia mudado muito e eu já sofria de baixa auto-estima por causa do queixo. Minhas fotos de perfil eram meu maior pesadelo!
Fiz toda a documentação novamente e levei para ele ver. Como eu já sabia, precisava conversar com um cirurgião. Ele então me informou que o desvio entre os meus dentes inferiores e os superiores havia passado de 3mm para 5mm. Informou-me como era feita a cirurgia (cortariam minha mandíbula inferior e arrastariam para frente os 5mm necessários), o pós operatório (ficaria com a boca amarrada com fios de metal por duas semanas, depois passaria para os elásticos - sem poder falar por duas semanas e sem poder comer sólidos por três meses) e mostrou-me fotos de pessoas que fizeram o mesmo procedimento cirúrgico e a diferença em seus rostos. As primeiras duas partes me assustaram muito. Saí de lá horrorizada, chorei um monte porque, em minha cabeça, estava condenada a esse defeito eternamente. Não conseguia conceber a ideia de ficar sem falar ou comer por tanto tempo.
O ortodontista me informou ainda que eu precisaria usar aparelho por três anos ( um ano e meio antes da cirurgia e um ano e meio depois da cirurgia). Disse que se eu não fizesse a cirurgia teria dores de cabeça constantes, desgaste prematuro dos dentes inferiores, os músculos de meu rosto iriam ficar mais fortes de um lado que do outro... enfim, deformada. Ainda assim, decidi não fazer. Pelo menos por mais algum tempo.
Há pouco mais de um ano, quando me casei e mudei para os Estados Unidos, conversei com meu marido e decidimos que era hora de fazer essa cirurgia. Procuramos o Dr. Alan Jensen, da clínica Smile Ranch e ele nos informou os novos procedimentos para cirurgia. Agora não ficaria mais com a boca amarrada, somente usaria elásticos porque eles querem que o paciente volte a usar a mandíbula o quanto antes. Só usarei aparelho por um ano (seis meses antes e seis após a cirurgia). O Dr. Gregory Egbert de Salt Lake City será meu cirurgião.
Até a aprovação do nosso convênio para a cirurgia foram-se 8 meses. E há seis meses estou usando aparelho. A cirurgia será no próximo dia 16 de maio.
Sim, estou nervosa e ansiosa. Mas tenho esperado por esse momento há muito tempo. Sei que vai ser dolorido, vou ficar literalmente deformada por alguns dias (com o rosto inchado), mas tudo isso vai ser por um bem maior. Pelo menos não vou ter mais que sentir dores de cabeça todos os dias, minha mandíbula não vai travar mais e não vou ter meus dentes ainda mais desgastados do que já estão. Por um bem maior, mais para frente, vou enfrentar.
E foi por esta razão que decidi fazer este blog. Para contar-lhes dessa minha mais nova aventura! Curtam e orem por mim.